domingo, 12 de outubro de 2008

#38 - The S Word

Mas sinceramente não sei dizer o que eu vi em ti, a partir daí o meu tempo foi todo teu. Sei, és parte de mim, estarás sempre aqui. Meus olhos cansados abrem-se espantados p’rá vida de que me falavas. E o melhor veio depois porque então ríamos dois. Fala-me um pouco mais, era tão bom ficar. Diz que sem ti não sabe voar. Eu só queria dançar contigo sem corpo visível. Como que a privar meus sonhos do último raio de sol. Aqui é quase Inverno, aí quase Verão. Onde queres chegar, onde te deixo ficar? Desdobro o mapa e vejo o tempo em movimento. Os meus amigos riem-se de mim por ser feliz assim. Mas como pintor sou um desastre e como economista ainda mais decepcionante. Já não sinto os teus passos, fugiram daqui. É que não é só uma questão de idade, o amor não é o bilhete de identidade. Quando ele passa por ela, ela sorri descarada. Agora que te encontrei, que te ouvi, quero ficar contigo até ao fim. Contador de histórias não consigo dormir, conta-me uma história, faz-me sorrir. Não me obriguem a ir para a rua gritar. Porque hoje eu vou voltar a ver-te e contar-te mais coisas sobre o meu mundo. Mesmo assim, porque me prendes, foge de mim, não entendes, eu nasci p’ra ser gaivota. Se isto não chega tens o mundo ao contrário. Ai lá vai ela sabendo que é linda. Com ela eu desco ao inferno de Dante, atirem-me água fria. Hei-de encontrar aquilo que procuras. Agora diz-me o que aprendeste de tanto saltar muros e fronteiras. Como é fácil afastarmo-nos e dizer que não. Se eu voltar p’ra trás será que dizes que sim outra vez? A ele de nada lhe valeu a aparência nem a casa no largo do Rato. Quando me concentro bem fundo oiço-te sempre aqui dentro de mim. Eu cá não sou supersticioso mas o pai dela dá-me azar. Não és capaz de me levar a sério, vou voltar ao meu lugar. Dá-me um sono de alto risco e de sonhar estou farta e morta. Dá-me a tua imbecilidade e uma aspirina. Se tiver que ser, ao menos que valha a pena. Acabou-se o beco escuro, tudo volta ao seu lugar. Aqueles que amamos, seguimos, respeitamos, são uma certeza garantida. Ainda tens que me dizer porque é que nunca partiste. Meu lótus azul, ópio do povo. Mais vale nunca, nunca mais saber, mais vale nada, nada apetecer, mais vale nunca mais crescer. Nas avenidas ainda fazes teus engates e tudo graças ao perfume patchouly. Não sabias isto, chegou a altura de descobrires. Vamos dançar até cair e juntos vamos morrer de rir. Quando tens a harmonia, não importa o nome que lhe dás. Eu pra te esquecer já quase não sei de mim. Ai lá porque és feia tem calma, não te faltam seduções, mais vale ser linda de alma do que linda de feições. E com um brilhozinho nos olhos guardei um amigo, que é coisa que vale milhões. Que vai ser de nós dois, o que virá depois? Se tu quiseres, se me quiseres, eu espero por ti. Eu fui parar àquela rua só por pensar que era a tua. Porque eu só quero ir aonde eu não vou. A noite está muito muito fria, corres o risco de apanhar pneumonia. Tem cuidado que um cão raivoso por vezes se esquece de quem atacar. Sorrir não é pêra doce, diz-me quem eu sou como se o não fosse.
Chegámos ao fim da canção e páro um pouco pra dormir.

(um mês-e-quase-e-meio depois, estou com saudades!)

7 comentários:

Anónimo disse...

hey mana são duas da manhã e rapo um frio do cara.. desagradável.
vem para minha casa, ficas mais aconchegada. são duas da manhã e já não passa nenhum transporte.
Casa no Rato não tenho, nem valho milhões para ti. Gostava um dia, enfim, de ser.. a tua conta poupança.

fim de excitação (poética).

Anónimo disse...

agora que releio o que escrevi, bem vejo a bela porcaria que saiu.

sara disse...

ola anónimo! algum dos meus anónimos conhecidos ou um anónimo novo? é que essa da conta poupança foi a melhor de sempre! ahah :)

Z. disse...

BFF,

este novo anonimo é fabulous. tou ansioso pelo proximo comment, porque a ideia da conta poupança foi do melhor.

xo,
Z.

Anónimo disse...

Hey atenção, não é o teu anónimo habitual de lugar cativo que tas habituada aka Antonio...
Eu não escrevia uma coisa dessas!
Beijinhos Sara!
Ass: O real Anónimo António Frazão

sara disse...

eu sei eu sei antónio, mesmo sem te reconhecer anonimamente à primeira agora já não me enganas ahahah

Anónimo disse...

eu aposto na raquel, nao sei pq...